GERAÇÕES - Mais da metade das gerações Y e Z está insatisfeita com equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

06 de junho de 2023
Administradores

Em meio a problemas como ansiedade, estresse e preocupações com as finanças, menos da metade dos profissionais das gerações Y (ou millennial) e Z no Brasil se consideram satisfeitos com o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – 46% e 47%, respectivamente.

Os dados integram o novo levantamento global Gen Z and Millennial Survey, da empresa de consultoria Deloitte, que entrevistou mais de 20 mil profissionais em 44 países – sendo 800 deles no Brasil.

Apesar da alta insatisfação dos trabalhadores brasileiros dessas gerações, os percentuais nacionais representam uma média maior de satisfação do que as globais – de 31% e 34% para millennials e geração Z, respectivamente.

Entre os destaques da pesquisa, quase 1/3 dos profissionais brasileiros dessas gerações (30% da geração Z; 31% dos millennials) respondem e-mails ou mensagens de trabalho fora do horário comercial todos os dias; 25% de ambas as gerações o fazem de três a quatro vezes por semana, enquanto 18% das duas gerações costumam responder de uma a duas vezes por semana.

Por outro lado, 24% da geração Z e 25% dos millennials afirmaram que menos frequentemente ou nunca respondem mensagens fora do expediente. Os principais motivos apontados por aqueles que o fazem foram: se atualizar dos últimos acontecimentos (39% da geração Z; 37% dos millennials); e-mails oriundos de um superior (31%; 32%); para melhorar as perspectivas de promoção/avanço na carreira (28%; 22%) e espírito de equipe/cultura da empresa (21%; 22%).

De acordo com os entrevistados, as empresas deveriam focar nas seguintes ações para ajudar a promover um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para seus profissionais: garantir que os funcionários que trabalham meio período tenham oportunidades comparáveis de progresso na carreira; criar mais posições de meio período; implementar semanas de trabalho de quatro dias e permitir que os profissionais trabalhem em horários flexíveis.

No entanto, os principais fatores que estão impedindo os entrevistados de aproveitarem o trabalho flexível ou de reduzirem suas horas são: o corte salarial que seria necessário; a carga de trabalho não seria reduzida apropriadamente; a preocupação de que fazer isso possa reduzir as chances de uma promoção; temor de que sejam atribuídas tarefas menos interessantes ou desafiadoras e receio de ter menos responsabilidade atribuída.

Estresse e ansiedade

A pesquisa também identificou altos níveis de ansiedade e estresse entre os entrevistados brasileiros. Metade (50%) da geração Z no Brasil diz que se sente ansiosa ou estressada o tempo todo ou a maior parte do tempo. A média global é de 46%.

Já entre os millennials, 45% dos brasileiros se sentem dessa forma, ante 39% dos pares globais. Mais da metade dos brasileiros (58% da geração Z; 55% dos millennials) se sentem esgotados devido à intensidade/demanda de suas cargas de trabalho – no ano passado, esses números eram ligeiramente maiores: 59% e 58%, respectivamente.

Os fatores que mais contribuem com o aumento da ansiedade e do estresse, conforme os respondentes do Brasil, são: preocupação com as finanças do dia a dia (59% da geração Z; 49% dos millennials); o futuro financeiro de longo prazo (55%; 53%); família e relações pessoais (50%; 43%); saúde/bem-estar social da família (48%; 54%) e preocupações com a saúde mental (47%; 53%).

Desemprego, custo de vida e desigualdade

As duas principais preocupações de ambas as gerações no Brasil são, nesta ordem: o desemprego (32% da geração Z; 31% dos millennials) e o custo de vida (31% e 28%, respectivamente). Em terceiro lugar para a geração Z, aparecem a desigualdade e a discriminação (30%). Preocupação com crimes/segurança pessoal (24%) e educação vêm na sequência.

Para os millennials brasileiros, preocupação com crimes/segurança pessoal aparece em terceiro lugar (26%); na sequência estão corrupção nos negócios ou na política (20%) e mudanças climáticas (19%). Para os entrevistados globais as principais preocupações são com o custo de vida, desemprego e mudanças climáticas.

A questão do custo de vida é, de fato, um problema significativo para as gerações Z e millennial. No Brasil, a maioria de ambas (63% e 62%, respectivamente) diz que vive apenas do salário do mês e se preocupa em não conseguir pagar todas as despesas. Os níveis globais são inferiores: 51% e 52%, respectivamente.

Os entrevistados também apontaram que se tornará mais difícil ou impossível alcançar o seguinte se a economia não melhorar nos próximos 12 meses: pedir um aumento (70% para a geração Z; 59% para os millennials); conseguir um novo emprego (56%; 50%); pedir uma promoção (60%; 50%); começar uma família (59%; 54%) e comprar uma casa (69%; 63%).

No Brasil, 35% dos entrevistados da geração Z e 41% dos millennials assumiram um emprego paralelo; na pesquisa de 2022, 38% da geração Z e 38% dos millennials tinham um trabalho extra. Os principais motivos para os brasileiros arrumarem outro trabalho além do emprego principal são: necessidade de uma segunda fonte de renda (36% da geração Z; 41% dos millennials); ajuda para se desligar ou focar em algo diferente da atividade principal (26%; 24%); por hobby (26% de ambas as gerações); porque a segunda atividade proporciona um impacto positivo para a sociedade (26%; 28%) e porque gostaria se desenvolver na atividade e torná-la seu trabalho principal.

“É fundamental e urgente que as organizações escutem e se adaptem às necessidades e expectativas dessas gerações. Para atrair e manter talentos, as empresas devem priorizar a harmonização entre trabalho e vida pessoal, promover um ambiente inclusivo e diversificado, oferecer opções flexíveis de trabalho e discutir e endereçar o bem-estar mental”, destaca Dani Plesnik, líder de Talent da Deloitte.

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